Qualquer pessoa que vai ao supermercado consegue notar a diferença: há poucos anos era difícil encontrar produtos sem glúten nas prateleiras e atualmente há corredores inteiros reservados a estes itens. A mudança está relacionada a hábitos de consumo.
Os produtos glúten free nasceram para atender o público celíaco, que quadruplicou desde a década de 50. O organismo dos celíacos produz uma reação imunológica ao glúten e, por essa razão, estas pessoas precisam banir a proteína de sua alimentação. Pelo menos 55% dos consumidores celíacos gastam 30% do seu orçamento, ou mais, com produtos sem glúten, mas a grande reviravolta deste mercado veio com novos adeptos à dieta: as pessoas que buscam uma vida mais saudável.
Somente nos Estados Unidos, 28,5% das pessoas querem reduzir ou eliminar a proteína de suas refeições e o mercado de produtos gluten free já movimenta mais de US$ 10 bilhões por ano. No mundo inteiro, essa tendência de mercado vem crescendo para atender um público consumidor exigente.
Mas por que tantas pessoas estão optando por uma alimentação sem glúten? Antes de mais nada, é preciso entender o que é essa substância, onde ela aparece e como pode ser evitada na alimentação.
O que é glúten e como ele é produzido?
Nos últimos anos criou-se um tabu relativo ao consumo do glúten, mas nem todo mundo sabe o que esta substância realmente é. Por isso vamos esclarecer: o glúten é a combinação de dois grupos de proteínas, a gliadina e a glutenina. É uma substância natural, encontrada dentro dos grãos de trigo, cevada e centeio.
Portanto, o glúten sempre esteve presente nesses ingredientes. A maneira como os grãos são produzidos na indústria moderna, contudo, pode ter relação com a forma que o nosso organismo metaboliza o glúten.
Ao longo dos anos, a indústria alimentícia vem desenvolvendo mutações nos grãos de trigo, para que eles sejam mais resistentes a pragas ou para que a colheita seja feita de forma mais eficiente. Em razão dessas modificações, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o trigo consumido atualmente possui 20 vezes mais glúten do que há 40 anos. E se não bastasse este aumento, alimentos com glúten estão cada vez mais presentes na rotina do brasileiro.
Evolução do consumo de glúten
Por fazer parte da composição de ingredientes tão comuns, o glúten aparece em muitas refeições. De acordo com a Embrapa, o consumo de farinha de trigo no Brasil dobrou desde os anos 70, passando de 30 kg por pessoa, ao ano, para 60 kg. A praticidade de pães, biscoitos, bolos e massas prontas vem recheada de glúten e esses são os protagonistas das refeições de muitas pessoas. O problema é que estes alimentos industrializados possuem poucas fibras, nutrientes, vitaminas e minerais e uma refeição pouco balanceada não tem como ser benéfica ao organismo.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos brasileiros não consomem as porções diárias de frutas, verduras e legumes recomendadas. E essa deficiência de nutrientes, somada ao acesso exagerado ao glúten, pode ter um impacto negativo na sua saúde.
O surgimento da sensibilidade ao glúten
Diferente da doença celíaca, a sensibilidade ao glúten é caracterizada como uma reação menos severa à ingestão desse tipo de alimento. Seus sintomas são diarreia, dor abdominal, gases, perda de peso, dores nos ossos ou nas juntas, dormência nas pernas, dores de cabeça, confusão mental, dermatite e anemia. E são essas reações no organismo que levam cada vez mais pessoas sensíveis ao glúten a reduzir ou eliminar a proteína de suas refeições.
Esta sensibilidade é uma doença que começou a ser estudada a pouco tempo e é difícil de ser diagnosticada, já que seus sintomas confundem-se com o de outras condições. Novos estudos, contudo, estão esclarecendo pontos relacionados à doença.
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram que as pessoas que têm a barreira intestinal enfraquecida sofrem uma resposta imunológica inflamatória ao ingerir glúten, mesmo sem ter a doença celíaca ou alergia ao trigo. Diferente da reação celíaca, contudo, esses pacientes apresentam uma inflamação sistêmica espalhada pelo corpo, o que caracterizaria os sintomas citados.
As causas da sensibilidade não-celíaca ainda não foram comprovadas, mas esta condição está levando várias pessoas a reduzir a ingestão de glúten. Ao perceber o desaparecimento dos sintomas, estes pacientes relacionam a ausência da proteína a uma vida mais saudável, decidindo por excluir o glúten da alimentação.
A vida sem glúten veio pra ficar
Os celíacos representam cerca de 1% da população mundial, mas acredita-se que mais 5% da população sofra com os sintomas da sensibilidade ao glúten. Para estas pessoas, o corte do glúten na alimentação pode resultar em efeitos positivos ao organismo, tais como:
- melhor digestão dos alimentos;
- maior absorção de vitaminas e minerais;
- prevenção de casos de anemia;
- redução de inflamações causadas por doenças autoimunes, artrites e problemas intestinais.
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